Eu Te Explico #136: cemitério de escravizados apagou parte da história de Salvador com descarte de corpos negros em valas comuns

  • 29/05/2025
(Foto: Reprodução)
No episódio da semana, Fernando Sodake entrevista a pesquisadora, arquiteta e urbanista Silvana Olivieri; e a arqueóloga Jeanne Dias. Os primeiros vestígios de pessoas enterradas no cemitério de escravizados localizado no estacionamento da Pupileira, espaço de eventos no bairro de Nazaré, em Salvador, foram encontrados na sexta-feira (16). Os pequenos fragmentos são do século 19 e podem ajudar a localizar as pessoas enterradas no local. 🎧 PODCAST: ouça mais episódios do Eu Te Explico A data escolhida para o início da escavação, em 14 de maio, está relacionada a execução de mártires da Revolta dos Malês, que aconteceu há 190 anos na capital baiana. A localização do cemitério foi descoberta durante uma pesquisa de doutorado desenvolvida por uma arquiteta na Universidade Federal da Bahia (Ufba). No episódio 136 do podcast Eu te Explico, o apresentador Fernando Sodake trata da escavação que aconteceu quase dois séculos depois da revolta caracterizada como o maior levante de escravizados na Bahia. A rebelião reuniu cerca de 600 africanos, sendo a maioria de origem mulçumana. O nome "malê", inclusive, está relacionado a religião: significa "mulçumano" na língua iorubá. Participam do episódio a pesquisadora, arquiteta e urbanista Silvana Olivieri, que identificou a localização do cemitério; e Jeanne Dias, arqueóloga e coordenadora do projeto que investigou a área. Fernando Sodake conversa com a pesquisadora Silvana Olivieri e com a arqueóloga Jeanne Dias. Natally Acioli/g1 Confira a nota da Santa Casa da Bahia na íntegra: "A Santa Casa da Bahia é uma associação beneficente de assistência social, que atua nas áreas de saúde, ensino, pesquisa, cultura, assistência social e educação. A instituição filantrópica se mantém através da renda arrecada pelas doações recebidas e pelos serviços oferecidos por suas unidades de negócio. Dentre essas unidades de negócio estão o Cerimonial Rainha Leonor (A Pupileira), que possui 100% da renda revertida para projetos sociais como o Programa Avançar, que oferece cursos de qualificação profissional, artes, dança, música e atendimento psicológico e jurídico para moradores da comunidade do Bairro da Paz; além de cinco Centros de Educação Infantil (CEIs), que atendem 600 crianças, com idades entre 2 e 5 anos, oferecendo educação em regime integral, além de cinco refeições diárias, planejadas por nutricionistas. O estacionamento em questão pertence à Faculdade Santa Casa (FSC), unidade de ensino voltada à formação e qualificação de profissionais na área da saúde. Apesar de ser uma faculdade privada, por ser administrada por uma instituição filantrópica, ela também cumpre uma função social com a concessão de mais de 20% das vagas para alunos bolsistas integrais. Por isso, é importante entender, antes de tudo, a importância do trabalho realizado pela Santa Casa da Bahia e para qual objetivo o espaço é utilizado. Vale lembrar também que o Complexo da Pupileira já é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). A mediação do Ministério Público foi de extrema importância para que a pesquisa arqueológica acontecesse da melhor forma, estabelecendo cuidados com o patrimônio, prazos, dentre outros critérios para que não prejudicassem todas essas atividades, tão importantes para a sociedade. Sobre a confirmação da presença de ossos humanos, não temos como responder essa pergunta sem obter um relatório conclusivo da pesquisa com as imagens dos achados. A área pesquisada segue interditada, sem uso. Não recebemos nenhuma solicitação para novas escavações. No arquivo histórico da Santa Casa da Bahia, temos o Centro de Memória Jorge Calmon, onde estão os “Livros de Banguê”, que se trata de uma coleção composta por 11 livros que registram o sepultamento de pessoas escravizadas entre os séculos XVIII e XIX. Esses livros receberam, em 2009, o diploma de “Memória do Mundo”, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e estão conservados pela Santa Casa como forma de manter viva a preservação da memória desses indivíduos. O acervo é utilizado diariamente por pesquisadores de todo o mundo que estudam, há muitos anos, a história do Cemitério do Campo da Pólvora". 🎧 Ouça também... PATRIMÔNIO: conheça a maquete de Salvador, iniciada na década de 70 MAIS BELO DOS BELOS: bloco mais antigo do país, Ilê Aiyê completa 50 anos INSPIRAÇÃO: a importância das mulheres na luta antirracista Você pode ouvir o Eu Te Explico no g1, GloboPlay, Spotify, Deezer e Amazon Music. Siga o Eu te Explico para ser avisado sempre que tiver novo episódio. 🎧 Veja trechos do episódio #136 do Eu Te Explico Pesquisadora fala sobre apagamento de cemitério de escravizados Arqueóloga explica como corpos eram enterrados em cemitério de escravizados 🎧 VÍDEOS: Cortes do Eu Te Explico

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/podcast/eu-te-explico/noticia/2025/05/29/eu-te-explico-136-cemiterio-de-escravizados-apagou-parte-da-historia-de-salvador.ghtml


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